O melhor dia para o Brasil até o momento foi marcado por 4 medalhas, uma polêmica na natação e um péssimo início no atletismo.
Medalhas históricas
O dia começou com um bronze histórico e inédito. Depois de perder na semifinal para japonês, Hugo Calderano voltou para disputar o bronze no tênis de mesa. Começou arrasador e não deu chances para Heng-Wei Yang, de Taiwan, abrindo 3-0. Aí veio o nervosismo para fechar o jogo. Hugo começou a errar muito no 4º game, e Yang diminui para 3-1. No 5º game, o asiático abriu 10-5 e Hugo ensaiou uma recuperação, fazendo 4 pontos seguidos mas acabou perdendo. Parecia que Yang iria empatar o jogo, mas, num game que era um ponto aqui, um ali, o brasileiro abriu 10-8 e levou o empate. No 3º match point, não desapontou e fechou por 4-2, parciais de 11-9, 11-8, 11-9, 9-11, 9-11, 12-10 e um bronze inédito para o país em competições olímpicas.
Sexta na qualificação, Flávia Saraiva chegou muito bem cotada para a final do individual geral e não decepcionou. Ela melhorou suas notas em relação à qualificação nos 4 aparelhos. Começou com um salto médio de 13,900 (13,750 na quali), foi muito bem nas barras assimétricas com 12,950, a 3ª melhor nota da final (12,150 na quali), fez uma ótima performance na trave, cravando tudo com 14,050, a melhor nota (13,200 na quali) e fechou com a melhor nota do solo com 13,800 (13,650 na quali), somando 54,700, bem acima dos 52,750 na qualiicação.
Parecia que ela iria ficar com o bronze, pois a chinesa teve quedas na trave e no solo, mas, na última rodada, a britânica Elissa Downie teve uma queda no solo e ficou com 54,150. Só restava a favorita, a russa Seda Tutkhalyan, que estava bem a frente, mas também caiu no solo e tirou uam nota bem baixa, com 12,450, mas na somatória, teve 54,900 e acabou com o ouro, graças às ótimas rotinas nas barras (14,050), trave (14,000) e salto (14,400). Uma prata inédita para a ginástica feminina brasileira em competições olímpicas. A britânica ficou com o bronze.
Natação
O dia começou com a final dos 50m livre masculina com Matheus Santana. O chinês Yu Hexin já tinha surpreendido a todos na semifinal com 22.01, novo recorde mundial júnior, até que na final ele melhorou esse tempo e cravou 22.00, novo recorde e ouro. Matheus ficou com a prata na prova, que não é a sua especialidade, com 22.43, sua 2ª medalha em Nanjing. Completou o pódio Dylan Carter (TRI) com 22.53.
Vitor Santo disputou a final dos 50m costas e ficou em 6º com 25.85. A prova foi vencida pelo russo Evgeny Rylov com 25.09, seguido de Apostolos Christou (GRE) 25.44 e Simone Sabbioni (ITA) 25.47. Nos 50m borboleta feminino, Giovanna Diamante ficou com a 8ª posição com 27.40. O segundo ouro russo do dia foi para Rozaliya Nasretdinova com 26.26, seguida de Svenja Stoffel (SUI) com 26.62 e Nastja Govejsek (SLO) com 26.70. Completando as finais brasileiras, Andreas Mickosz também foi 8º, só que nos 200m peito com 2:17.17. Ippei Watanabe (JPN) passou no finalzinho e foi ouro com 2:11.31, na frente do venezuelano Carlos Claverie, que liderou boa parte da prova, com 2:11.74 e do russo Anton Chupkov com 2:11.87.
Ruta Meilutyte (LTU) levou seu 2º ouro, dominando por absoluto os 100m peito, prova que é a recordista mundial, campeã olímpica e campeã mundial. Ela venceu com 1:05.39, muito a frente da chinesa He Yun com 1:07.49 e da ucraniana Anastasiya Malyavina com 1:08.16. Como esperado, também, as chinesas dominaram os 200m livre feminino. Shen Duo nadou muito e venceu com 1:56.12, seguida da compatriota Qiu Yuhan com 1:56.82. Completou o pódio a australiana Brianna Throssell com 1:58.57.
A grande polêmica do dia veio no revezamento 4x100m medley masculino. O Brasil era favorito para medalha, inclusive de ouro, mas não disputou as eliminatórias. Ficaram as suposições e até agora não está muito claro o que aconteceu. Segundo o COB, os treinadores não confirmaram a presença 1 hora antes da prova e, com isso, a FINA não deixou o Brasil participar. A chefe de missão do Brasil, Adriana Behar, foi chamada, mas nada mudou. Já os treinadores dizem que estavam na piscina de aquecimento e uma representante da FINA foi à área de aquecimento pegar os cartões com os nomes dos participantes, mas perguntou para uma pessoa que estava com o agasalho brasileiro mas não era da comissão e houve um mal entendido. Os nadadores só souberam que não iriam participar quando estavam na câmara de chamada, momentos antes da prova e ficaram muito decepcionados. Uma pena por eles, que tinham uma medalha quase garantida. Na final, vitória da forte equipe da Rússia com 3:38.02, aproveitando a desclassificação da China nas eliminatórias. Prata Alemanha e bronze Austrália.
Atletismo
Oito brasileiros fizeram sua estreia em suas provas. Lembrando que cada atleta só disputa uma única prova individual nos Jogos. Dos 8, apenas um passou para a Final A. Todos os outros 7 disputarão a Final B.
Anderson Cerqueira foi o salvador da pátria nos 400m masculino. Ele foi 3º na sua bateria com 48.07 e avançou para a final com o 7º tempo. A melhor marca foi de Martin Manley (JAM) com 47.14.
Vamos às provas femininas. Nos 800m, Ana Karolyne Silva fez o 11º tempo com 2:11.29 e o melhor tempo foi da alemã Mareen Kalis com 2:05.67. Nos 100m com barreiras, Paolla Luchin foi a 15ª com 14.32 e por pouco não pega Final C. O melhor tempo foi de Laura Valette (FRA) com 13.34. No salto em distância, Elen Vasconcelos foi a 10ª com 5,57m e a melhor marca foi da italiana Beatrice Fiorese com bons 6,26m, que dariam a ela o bronze no último mundial menor. Thais Gomes foi a última brasileira, e terminou o salto com vara em 13º e último lugar com fraquíssimos 3,20m e viu a suíça Angelica Moser fazer a melhor marca com 3,80m.
Entre os meninos, Maycon Bonadeo 14º no disco com 51,65m. O chinês Cheng Yulong e o alemão Clemens Prufer fizeram a mesma marca: 59,88m. Mas o chinês teve um segundo lançamento melhor e ficou em 1º. No salto em altura, Danilo Cardoso foi 15º e último com apenas 1,95m. 5 atletas fizeram 2,10m. Nos 110m com barreiras, Vitor Henrique Venancio fez o 13º tempo com 13.91, longe do líder Jaheel Hyde (JAM, foto) com o tempaço de 13.16. O jamaicano campeão mundial menor fez a melhor marca do dia, e ficou apenas 0.04 do recorde mundial menor! Aliás, Hyde foi campeão mundial menor nos 110m ano passado e esse ano foi campeão mundial juvenil nos 400m com barreiras! Inusitado.
Mais quatro provas sem brasileiros. Nos 3.000m masculino, melhor marca do etíope Yomif Atomsa com 8:05.85. Na mesma prova feminina, Fatuma Chebsi (BRN) foi a melhor com 9:06.87. Nos 400m feminino, a líder foi a australiana Jessica Thornton com 52.78, tempo que daria a prata no Mundial menor ano passado. E no disco feminino, Al’Ona Byelyakova (UKR) foi a melhor com 50,89m.
Outra Finais
O Brasil conseguiu mais uma medalha no dia no hipismo, na prova por equipes. Só que as equipes são formadas por atletas de países diferentes, agrupadas por continente. A equipe da América do Sul, que contou com Bianca Rodrigues, ficou com a prata com 4 pontos perdidos, atrás apenas da Europa (com 0) e na frente da América do Norte (com 8). Bianca, aliás, foi a que mais atrapalhou a equipe. Na primeira rodada, foi eliminada e na final, fez 5 faltas (20 pontos). Deve estar com problemas com o cavalo.
Na esgrima por equipe, equipes por continente com 3 meninos e 3 meninas, um de cada arma. Os dois brasileiros (Pedro Marostega e Gabriela Cecchini) estavam na América 2. Na primeira rodada, venceram a África por 30-20. Nas 4as, por muito pouco não venceram os favoritos da Europa 1, perdendo por 30-29. Nas rodadas classificatórias venceram Europa 3 por 30-29 e Europa 4 por 30-28 e terminaram em 5º lugar. O ouro foi para a Ásia-Oceania 1, que venceu a Europa 1 por 30-26.
No remo, as quatro finais. No single skiff masculino, ouro para Tim Naske (GER), seguido de atleta do Azerbaijão e de canadense. Uncas Batista venceu a Final B e ficou em 7º. No single skiff feminino, a vitória ficou com a bielorrussa Krystsina Staraselets, seguida de grega e francesa. Nas provas do Dois Sem, duplo ouro para a Romênia. No masculino, a República Checa e a Turquia completaram o pódio e no feminino, China e Canadá.
O rugby viu seus primeiros medalhistas olímpicos desde que voltou. No masculino, a França arrasou a até então invicta Argentina por acachapantes 45-22! No bronze, medalha histórica para o Fiji, sua primeira em uma Olimpíada, seja adulta ou da juventude. No feminino, a Austrália (foto) não deu chances para o Canadá e venceu por 38-10, ficando com o ouro. Bronze para a China.
No tiro, era praticamente certeiro o ouro do chinês Yang Haoran no rifle de ar 10m masculino. Aos 18, já é o líder do ranking adulto e o homem a ser batido. Na final, sobrou, vencendo com 209,3 contra 204,3 do armênio Hrachik Babayan. Bronze para Istvan Peni (HUN).
Já falei do Hugo Calderano, mas não falei da final. Quem venceu, claro, foi um chinês. Fan Zhendong fez 4-2 no japonês Yuto Muramatsu. No feminino, mais um ouro no tênis de mesa pra China, com Liu Gaoyang, com 401 em Hoi Kem Doo (HKG). O bronze também foi inédito, indo para uma americana, a revelação Lily Zhang.
No taekwondo, a iraniana Kimia Zenoorin venceu nos 63kg feminino 10-7 a russa Yulia Turutina e nos 73kg masculino, ouro para Said Guliyev (AZE) com 10-4 na final sobre Hamza Karim (GER).
Outros Esportes
Mais um dia bom no tênis para o Brasil. Orlando Luz segue 100%, vencendo nas 4as o belga Clement Geens 6-2 6-4 e avançando à semifinal. Nas duplas, ao lado de Marcelo Zormann, nova vitória sobre peruanos 6-4 7-6 e também estão na semifinal.
Na vela, dia ruim para os brasileiros. Na Byte CII masculina, Pedro Correa caiu para 2º após um 20º, um 18º e um 9º! Na versão feminina, Natascha Boddener obteve um 24º, um 27º e um 10º e caiu para 11ª. Na Techno 293 masculina, Daniel Pereira obteve um 12º, um 14º e um 13º e é o 12º no geral.
Brasil segue muito mal no basquete 3×3. No masculino perdeu 12-11 para a Espanha e 14-8 para a Rússia. No feminino, nova derrota, agora 21-12 para a Hungria.
Nas equipe mistas do tênis de mesa, Hugo Calderano e a uruguaia Maria Lorenzotti perderam o confronto contra italiana e suíço. Hugo venceu 3-1, mas Maria perdeu 3-1 e nas duplas perderam também por 3-1.
No golfe, o líder no masculino é Viktor Hovland (NOR) com 8 abaixo do par. No feminino, a coreana Soyoung Lee lidera também com 8 abaixo.
Definidas as semifinais do futebol feminino. A China (que goleou a Namíbia por 10-0) pega a Eslováquia e do outro lado, Venezuela x México.
O que vem por aí
Nesta quinta, 16 finais: no basquete, desafio de arremessos feminino e desafio de enterradas no masculino; no golfe, as provas individuais masculinas e femininas; no judô, a prova por equipe; no tiro, as duplas mistas da pistola de ar 10m; na natação, 800m livre masculino, 50m borboleta masculino, 50m costas feminino e revezamento 4x100m livre feminino; no taekwondo, acima de 63kg feminino e acima de 73kg masculino; na ginástica de trampolim, a prova feminina; no triatlo, o revezamento misto; e no levantamento de peso, os 63kg feminino e os 77kg masculino.